A narrativa poética conta a história de Leda, uma menina que abocanhava quem passava, mas como num encanto surge Ada, que a ajuda superar seus medos e reconhecer suas virtudes. Leda viu que era lembrada e que não precisava mais dar mordiscadas.
A obra é fruto das experiências de Mahyra no Instituto Fazendo História, em especial com uma das crianças da instituição. "Ela era bem azeda quando chegou na instituição de acolhimento. Usava a agressividade para deixar marcas no mundo, machucando a si mesma e aos colegas. Fui totalmente capturada por essa criança! Queria muito ajudá-la a enxergar outras maneiras de se fazer presente", comenta a autora.
Assim como a personagem Leda, a garota acreditava que precisava morder Mahyra para que ela não a esquecesse. "Na hora, contei que ela não precisava marcar meu corpo para eu me lembrar dela, pois as marcas que tinha feito ao longo dos encontros, apesar de invisíveis, ficariam guardadas para sempre dentro de mim." O mesmo acontece com Leda, que aprende com sua nova amiga Ada a enxergar as cores e as alegrias das coisas.
A forma divertida como o tema é tratado e as riquíssimas ilustrações de Taisa Borges tornam o livro um atrativo não só para os pequenos leitores, mas para qualquer um que goste de uma boa leitura, além de um incentivo para encarar os medos e dificuldades que estão presentes na vida de qualquer pessoa. Segundo a autora, "o humor tem relação com o recurso que eu normalmente uso na vida para lidar com minhas dificuldades e medos".